sábado, 17 de outubro de 2009

A Organização do Imperio romano

As reformas de Otavio augusto

otavio augusto Diversas foram as reformas feitas por Otavio Augusto na organização do império romano onde, na política interna ele reorganizou o sistema jurídico (civis e criminais) fortalecendo, com isso, o poder do imperador.

No campo administrativo foram criadas as províncias imperiais (onde se encontravam as tropas militares) e Senatoriais (regiões pacificadas), essa divisão ocorreu devido a grande extensão territorial e a necessidade de alcançar o domínio até a mais distante província. Para esse feito foram nomeados civis e militares de sua confiança no intuito de uniformizar todo o império podendo, contudo, o imperador intervir em qualquer uma das áreas.

No campo religioso houve uma moralização de Roma já que as guerras e a busca por interesses pessoais do povo romano haviam distanciado esse povo da sua própria religiosidade. Esse abandono foi resgatado por Otavio augusto com força, onde foi inserido o politeísmo junto com a criação de novos templos chegando até a se criar a divindade na própria figura do imperador.

No campo social a dificuldade das manumissões (liberdade por alforria) como forma de evitar as misturas entre os cidadãos e os descendentes de escravos; e devido a morte constantes de patrões por seus antigos escravos Otavio augusto decretou também a morte não só a quem se utilizava dessa pratica, mas também a de todos os seus companheiros de escravidão.

Combateu o decréscimo populacional auxiliando as famílias numerosas e incentivou a arte e a arquitetura (dividindo a cidade em bairros e ruas).

Em caráter defensivo, aplicou uma política externa através da diplomacia e de um exercito permanente junto com a diminuição da coleta abusiva de impostos.

senado romano Assim, com a redução de militares e, consequentemente, as limitações das guerras de conquista, com a sociedade reorganizada através de critérios econômicos e não mais a de sangue, e permitindo que os ricos participassem do senado (embora tivesse tirado do senado o poder de decisão sobre os destinos de Roma) e com a criação da Guarda Petroriana que assegurava a autoridade do imperador, Otavio augusto, através da política do Pão e Circo (Panem et Circenses) possibilitou o imenso império a desfrutar de um período de paz e segurança conhecido como Pax Romana.

sábado, 10 de outubro de 2009

Índios

INDIOS DO BRASIL

indios do brasil

Os indios do Brasil se organizavam em tribos (conjunto de aldeias com objetivos em comum como a lígnua, a cultura, etc.). Há divisão dessas tribos e esse acontecimento nas aldeias são conhecidas como “metades” (patrilinear e matrilinear), que dividem o poder mas tambem, em alguns casos, lutam e disputam entre si o poder politico.

Dentro dessas metades existiam tambem os clãs que podiam tambem se distinguir através da linhagem (conhecendo a sua descendencia).

a divisão do trabalho acontecia atraves das diferenças sexuais (onde entre os homens adultos não havia especialização do trabalho) e tambem através da idade.

Na vida política indígena, não muito complexa e sem uma autoridade centralizada , onde a maior unidade política é a propria aldeia, independente, e que encontra representatividade em um chefe que, em geral, podia se escolhido das mais variadas formas dentro da descendência patrilinear e podendo, inclusive, haver a coexistência de dois chefes onde lhes eram conferidas atribuições e eram divididos entre os “prefeitos” e o conselho tendo a mulher a sua propria condição dentro dessa estrutura como a agricultura, por exemplo.

india A constituição familiar indígena acontece a partir do nome (fundamental entre os índios) e aiam ampliando atraves dos casamentos (decididos a fim de criar alinaças) e que podiam ser monogâmicos  (onde o marido, a mulher e os filhos passam a morar com os pais da índia num sistema de coletividade) não sendo esta, portanto, a forma mais comum de casamento podendo ser consideradas tambem a poligamia (um homem e várias mulheres) havendo a proibição de casamento entre índios da mesma linhagem e, por fim, a poliandria (uma mulher e vários homens).

O incesto era uma prática proibitiva assim como o casamento entre membros de tribos diferente (endogamia); no entanto, era comum o casamento de membros de outros clãs na mesma metade (exogamia), podendo tambem se casar com membros de outras metades criando alianças.

Dentro da organização social familiar é criado uma rede de reciprocidade onde todos os índios são responsáveis pela educação da criança e onde os laços domésticos se solidificam a partir do nascimento do filho; nessa organização não é possível o orfandade, uma vez que a morte de um ou mais pai e mãe, a criança continua sendo assistida pelos demais membros.

Outro fator importante na estrutura social indígena são os mitos (responsáveis pela explicação das normas e da sociedade) onde eram, antes de tudo, narrativas possiveis à crença em heróis místicos (civilizadores com existência entre a divindade e a humanidade).

Poucos acreditavem em deuses supremos havendo, assim, varios deuses associados aos astros ou elementos da natureza que os ajudavam, de forma empírica,  a reconhecer as mudanças periódicas naturais.

Os indios acreditavam na dualidade do corpo e da alma (o que justificava tambem a existencia de alma nas coisas) o que conferia em suas oferendas um caráter não físico; havendo grupos que acreditavam, inclusive,  na existencia de tres almas (duas boas e uma ruim) em cada índio.

O significado da morte (uma vez que a alma possuía a facilidade de sair do corpo e vagar) acontecia a partir da demora desse regresso da alma ao corpo do índio.

id_11905_indios Os indios que conseguiam essa migração da alma com maior facilidade era chamado de xamã (responsaveis e responsabilizados tanto pelas doenças quanto o proprio curador das mesmas) e exerciam suas curas através do sopro, sucção e emissão de ervas.

Para algumas dessas práticas que justificavam a origem e o sentido da vida familiar, social e política do índio haviam a necessidade de cerimonias que, através da repetição, fazia a compreensão do índio acerca de seus costumes.

 

Esses ritos (criados para reforçar as normas sociais) estavam presentes desde a arte indígena até aos rituais de passagem, onde, na fase que marca a transição da infancia para a juventude e a vida adulta o índio precisava provar as suas características sendo possível uma análise, à partir das privações que variavam desde o afastamento familiar até às dores físicas.

Esses aspectos técnicos e simbólicos das ações humanas é que justificavam a gestação, o nascimento e a morte do índio e era, baseado na sua capacidade de resistência, no caso do ritual de passagem, que o jovem índio conseguia comprovar o seu ingresso ao mundo adulto.

Assim, podemos conferir ao índio, através de comportamento e atitudes o que é funbdamental a todos nós: a humanidade.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

eurocentrismo

Alteridade e etnocentrismo no Ocidente

jovem-negro A forte cultura aliada à questão religiosa e histórica tornava os europeus ocidentais medievais preconceituosos em relação ás outras civilizações que via na representação do outro como seres monstruosos. Nem mesmo o contato, através de peregrinação e rotas comerciais, ocorridas entre os séculos XII e XIII, que acarretou em contato com outros povos foram capazes de mudar completamente a imagem estereotipada.

 Meirelles, Victor (1832 - 1903)
 	
Primeira Missa no Brasil , 1860
óleo sobre tela
268 x 356 cm
Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ)
Reprodução fotográfica Lula Rodrigues Claro que a expansão comercial da Europa Ocidental e todas as relações com povos e culturas diferentes, baseadas em questões tributárias e de exploração fez diminuir o misticismo religioso, mas não a idéia de dominação e superioridade uma vez que consideravam os outros ferozes, cruéis, irracionais e, sobretudo, por força religiosa, como seres alienados da virtude, ou seja, sem humanidade; uma vez que essa virtude considerava não só a racionalidade, mas também a capacidade de receber a graça Divina.

Segundo Aristóteles e são Tomás de Aquino os espíritos inferiores, em corpos robustos, eram destinados a serem servos e, com base nisso, puderam considerar viável a sua escravidão.

Já no fim do século XV e início do século XVI, com o processo de acumulação primitiva de capital, denominado assim por Marx; e através do contato com outras culturas e sociedades é que começa o processo traumático da descoberta do outro onde já se via a necessidade de reconhecer no outro, embora de forma resistente, o humano; devido à necessidade de se relacionar principalmente por fins comerciais.com isso vão se rompendo alguns valores ideológicos impostos pela igreja.

Nessa fase do processo de descoberta da humanidade do outro, entre 1550-1551, no debate entre Bartolomeu de Lãs Casas e Juan Gines Sepúlveda, acerca dos índios americanos serem ou não humanos e, paralelamente, a desagregação do feudalismo ocorrido na Europa Ocidental cujo processo de expropriação do individuo do seu meio de produção, a abertura para a venda da força de trabalho e a escravização do individuo ao capital, faz surgir à sociedade moderna.

Essa liberdade individual aliada à necessidade de aquisição de mercadoria transforma o comportamento da sociedade que abandona um pouco o sagrado para dar lugar a ambição e satisfação pessoal; essas mudanças estimulam o desenvolvimento da lógica capitalista, mas também torna a existência social heterogênea e anárquica.

20080513debret-cafe Fatores como a expansão comercial, a pluralidade cultural, o desenvolvimento do individuo, a vivencia da pluralidade e a heterogeneidade social é que se faz como pontos fundamentais na descoberta da humanidade do outro; no entanto, surge, com isso, a hierarquização de cultura (método que relativiza o homem conforme a sua organização), mas é na necessidade da Europa Cristã de manter seus costumes de sagrados que se legitima o discurso de dominação sobre o outro que, neste momento, já era reconhecido à humanidade, mas era tido como inferior.

Nessa divisão Las Casas chega a estabelecer uma hierarquia que dividiam os bárbaros em quatro grupos sendo: os ferozes contrários a razão humana, os que não possuíam um idioma literário, os que viviam sem leis e sem cidades e, por fim, os que não eram Cristãos.

Como já não se podia mais negar a humanidade no outro se fez necessário, no século XVIII, junto com o pensamento científico, novas maneiras de classificar o outro a partir das suas características físicas, biológicas, bem como as seu comportamento denominando assim de “raças” humanas. O naturalista Carlos Linneo foi o responsável por essa pseudociência que trazia nessas características uma nova hierarquia moral onde Artur Gobineau prossegue desenvolvendo a teoria das raças e suas desigualdades que denuncia e denigre a idéia de miscigenação e a decadência da raça branca uma vez que misturada e, com isto, um novo método de dominação dos brancos ocidentais sobre o restante da humanidade criando, assim, através do europeu uma cultura etnocentrista e eurocentrista.

domingo, 4 de outubro de 2009

Honoré de Balzac

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Honoré de Balzac (Tours, 20 de maio de 1799 — Paris, 18 de agosto de 1850) foi um romancista francês. É dos maiores nomes do realismo na literatura, porém ainda segue a tradição literária do romantismo francês.

 

 

"Na última sessão do parlamento a ordem do dia era aprovar os agradecimentos a apresentar aos juízes que decidiram proibir a publicação de relatórios policiais pela imprensa.
O presidente da casa levantou um brinde ao rei.
Um ladrão propôs um brinde à prosperidade do comércio; outro brindou os juízes.
Em seguida, o orador fez uma análise dos progressos na arte de roubar, desde a origem até nossos dias. Esse hábito – disse ele – data da antiguidade. Os honestos, bem como os ladrões – mas sobretudo os ladrões – não devem criticar as leis que protegem a propriedade. Elas são o nosso maior apoio. Dão ao público uma falsa sensação de segurança e nos proporcionam os meios de atuar em nossa profissão: o roubo.
Nosso único capital é a astúcia, e quem não a tiver deverá ser punido. Hoje, segundo os textos das leis, dispomos de mil maneiras de escapar. Bendito seja o legislador que declarou que antes de nos castigar, era necessário que se provasse o delito. Presenteou-nos com uma verdadeira guarda de honra!"

(Honoré de Balzac)

Pasmem! Este texto foi escrito há 200 anos

Mercedes Sosa, 74

Mercedes Sosa

Morre na Argentina

A cantora Mercedes Sosa faleceu aos 74 anos, neste domingo (4), em Buenos Aires, na Argentina. Ela estava internada desde 18 de setembro por causa de uma disfunção hepática. Porém, o quadro foi agravado com complicações cardiorrespiratórios.

Segundo o hospital Sanatorio de la Trinidad, onde Mercedes esteve internada, a intérprete sofria "disfunção renal progressiva". Em março deste ano ela já havia sido internada apresentando desidratação e pneumonia.

Mercedes é considerada uma das maiores cantoras argentinas. Este ano ela foi indicada à três Grammy Latino, pelo álbum "Cantora".

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Biografia

Mercedes Sosa nasceu em San Miguel, na Argentina, em 1935. De origem humilde, a cantora cresceu admirando artistas populares e as canções folclóricas do país. Em 1960 já se destacava pela sua voz potente e deu início ao "Movimento Del Nuevo Cancionero", considerado precursor dos protestos através da música.

Seu talento chamou atenção da elite argentina, que não estava acostumado com o seu repertório. Ao longo de sua carreira chegou a gravar mais de 40 discos.

Em 1979, devido seu engajamento político, a cantora foi exilada de sua terra natal e teve que passar uma temporada em Paris, na França, e em 1980 mudou-se para Madri, na Espanha. Mercedes até poderia entrar e sair da Argentina livremente, mas foi proibida de cantar.

Três anos depois, "La Negra", como era chamada pelos fãs, pôde voltar ao seu país de origem para se apresentar. Na época, ela também veio ao Brasil divulgar o disco "Gente Humilde".

Com o fim da ditadura argentina, em 1984, Mercedes Sosa comemorou o retorno da democracia com o espetáculo "Corazón Americano", ao lado do brasileiro Milton Nascimento e León Gieco. Em 1988, ela gravou o disco "Amigos Mios", com participação de Pablo Milanés, Teresa Parodi, Cherly García, Raimundo Fagner, e outros.

No ano seguinte, Mercedes recebeu a medalha de Comendadora das Artes e das Letras do embaixador da França na Argentina, Pierre Décamps. Em 1992, recebeu homenagem de cidadã ilustre de Buenos Aires.

Em 2000, a cantora gravou a canção "Misa Criolla" que lhe rendeu um Grammy Latino.

O sucesso continuou e Mercedes seguiu com seus show até 2003, quando teve interromper a carreira por um problema cardíaco.

Dois anos depois, a estrela voltou aos palcos e conseguiu três indicações ao Grammy Latino em 2009, pelo álbum "Cantora".

 

Ativismo político

Sosa, que sempre foi ativa entre os movimentos peronistas de esquerda, fez oposição ao presidente Carlos Menem e manifestou apoio às eleições de Néstor e Cristina Kirchner.

Sua preocupação sócio-política refletia-se no repertório que interpretava, tendo sido uma das grandes expoentes da Nueva canción, movimento musical com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas marcado por uma ideologia de rechaço ao imperialismo norte-americano, ao consumismo e às desigualdade sociais.

 

 

“Sobrevivendo”


Me perguntaram como vivia, me perguntaram
“sobrevivendo” disse, “sobrevivendo”
Tenho um poema escrito mais de mil vezes
Nele repito que enquanto alguém
Proponha morte sobre esta terra
E se fabriquem armas para a guerra
Eu pisarei esses campos sobrevivendo
Todos ante ao perigo, sobrevivendo
Tristes e errantes homens, sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo
Faz tempo que não rio, como faz tempo
E isso que eu ria como um pintassilgo
Tenho certa memória que me entristece

E não poço esquecer de Hiroshima
Quanta tragédia, sobre esta terra
Hoje que quero rir apenas, sim poço
Já não tenho o riso como um pintassilgo
Nem a paz do auge do mês de janeiro

Ando por este mundo sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo
Já não quero ser somente um sobrevivente
Quero eleger o dia para minha morte
Tenho as mãos novas, vermelha sangue
A dentadura boa e um sonho urgente
Quero a vida para minha semente
Não quero ver um dia manifestando
Pelo paz no mundo aos animais

Como me riria esse louco dia
Ele manifestando-se pela vida

E nós apenas sobrevivendo, sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo
Sobrevivendo, sobrevivendo

(Mercedes sosa)

Vigiar e Punir



Os recursos para um bom adestramento.



É comum ouvir e ler citações de Foucault no que diz respeito à disciplina, e não diferente temos aqui um Foucault que equipara a disciplina ao adestramento já que, pela sua ótica, a disciplina fabrica os indivíduos, tornando-os objetos e instrumentos do exercício do poder (aqui chamado de poder disciplinar).

E para que haja sucesso nesse poder disciplinar Foucault nos apresenta três recursos: A vigilância hierárquica, a sanção normalizadora e, por fim, o exame.

Vigilância hierárquica – é o exercício que impõe a disciplina através do jogo do olhar, ou seja, uma vigilância constante. Esses observatórios vêem tomando forma desde a época clássica onde se importavam menos com a beleza e mais com a vigilância, de forma que o interior das construções pudesse estar sempre visível. Os prédios eram agentes de transformação dos indivíduos, deixando visível seu comportamento. Á partir do século XVIII, foi adotada a arquitetura circular para um melhor desenvolvimento do olhar disciplinar. A fim de compor uma vigilância exata; escolas, hospitais, acampamentos militares, entre tantas outras instituições se valem da estratégia da observação inclusive em dormitórios, refeitórios e banheiros que eram, geralmente, construídos dentro de um esquema onde a arquitetura dessas instituições permitisse a maquinaria de controle.

Com o tempo a arquitetura circular foi dando espaço para a arquitetura piramidal tornando a vigilância menos concentradora e foi, consequentemente, ganhando corpo em fabricas e oficinas com inspetores que passam a avaliar, do operário, tudo; desde seu conhecimento técnico até o seu comportamento. Esse modelo também foi utilizado no ensino elementar e na escola paroquial, onde alunos eram nomeados oficiais e passavam exercer poder e vigilância sobre os demais.

Esta pratica fiscalizadora torna-se um sistema contínuo controlando, inclusive, os encarregados de controlar. A vigilância Hierarquizada funciona como uma maquina que produz o poder. Através desta técnica dá-se o domínio sobre o corpo sem precisar se utilizar da violência tornando, portanto, uma maneira discreta e indolor de controlar e adestrar o outro.

Sanção Normalizadora: - Esse sistema disciplinar funciona como um pequeno mecanismo penal com o intuito de repreender atrasos, faltas, desatenções, etc.

Essa pratica vai desde castigos e leves punições físicas até á pequenas humilhações; a sua função é fazer respeitar ordens, normalmente utilizadas em regulamentos, combinados, etc. e, também, hierarquizar em relação mutua separando os bons dos maus. A função do castigo disciplinar é reduzir os desvios por meio do exercício e da repetição do correto. De forma positiva inclui aqui também as gratificações. Esse método intervem no comportamento do individuo avaliando-o e modificando-o.

Exame – é a junção da hierarquia que vigia e a sanção que normaliza e que permite qualificar, classificar e punir.

Foucault da ao exame três características principais: a primeira é a do ritual ou cerimônia (onde o olhar impõe poder sobre o individuo). Segundo, como um documentário (campos comparativos que permitem classificar, formar categorias, estabelecer medias e fixar normas) e, por fim, o fato de tornar o individuo um “caso” (que pode ser descrito, mesurado, comparado, e também treinado, classificado, normalizado, excluído, etc.).

Assim, o exame é visto como o principal dos recursos citados, pois ele combina a vigilância hierárquica e sanção normalizadora extraindo o máximo do individuo.

sábado, 3 de outubro de 2009






A Segunda Guerra Púnica.




A Segunda Guerra Púnica ocorreu entre 218 e 201 a.C., onde os cartagineses resolveram aumentar seus domínios na península Ibérica com a liderança de Amílcar Barca. Conquistaram a Espanha e habitaram nas minas de Sierra Morena, onde conseguiram recursos para ajustar as dívidas de guerra.
Romanos e cartagineses limitaram suas áreas em um tratado assinado em 226 a.C, onde estava situada a cidade de Sagunto, aliada de Roma. Com a morte de Asdrúbal, Aníbal tornou-se comandantes dos cartagineses na Espanha e em 219 a.C conquistou Sagunto. Os romanos fizeram questão da restituição da cidade e a libertação do comandante militar, mas Catargo preferiu combater.
Diante a superioridade dos romanos no mar, Aníbal que levou a guerra até Itália, guiou suas tropas por terra, através da Espanha e da Gália. Foi um percurso que levou seis meses para ser concluído, havia cinqüenta mil soldados, nove mil cavaleiros e 37 elefantes.
Aníbal chegou a Tessino em 218a.C. e derrotou Cornélio Cipião, no ano posterior, as tropas cartaginesas tiveram novamente uma vitória contra as forças lideradas pelo cônsul C. Flamingo que ficou sem 15.000 homens.
Quinto Fábio Máximo foi escolhido pelos romanos, para recrutar um novo exército e começou uma ágil guerra de desgaste contra as tropas de Catargo. Na batalha, de 216a.C, Roma teve a sua maior derrota da história e perdeu cinqüenta mil homens

1- A mais famosa batalha da segunda Guerra púnica foi a de Cannae (ou Cannas), em 216 a.C., que entrou para a história como a maior derrota romana. O general cartaginês Aníbal, vitorioso nessa batalha, é considerado por historiadores e militares como o "pai da estratégia". Por quê?

Depois das vitórias cartaginesas na Itália, Fábio Máximo, ditador romano, resolveu não enfrentar o exército de Aníbal, mas manter tropas em seu encalço, limitando seus movimentos. Tal estratégia (conhecida como Estratégia Fabiana), não agradou aos romanos e seus aliados, que queriam a expulsão dos cartagineses de seu território. Por esse motivo, o mandato de Fábio não foi renovado.
Caio Terêncio Varrão e Lúcio Emílio Paulo, eleitos cônsules, logo organizaram o maior exército que Roma tinha reunido até então: 8 legiões romanas (cada legião tinha em torno de 5 mil homens), mais a mesma quantidade de soldados aliados. A cavalaria tinha em torno de 6.500 homens, totalizando uma força de quase 87 mil soldados. Reunidos, esse exército partiu para enfrentar as tropas cartaginesas que se encontravam no sul da Itália, próximas à cidade de Cannae, na Apúlia.
O exército cartaginês contava com 46 mil homens a pé (infantaria) e 8 mil cavaleiros - e era composto por diversos povos: cartagineses, númidas, gauleses, hispânicos, celtas, entre outros, o que poderia causar problemas para a liderança de Aníbal. Mesmo assim, a genialidade de Aníbal superou todas as expectativas. Além disso, seus homens o admiravam, seus generais eram-lhe fiéis, e depois das muitas vitórias que já tinham obtido, o moral das tropas estava alto.


A estratégia de Aníbal

A batalha ocorreu às margens do rio Ofanto e iniciou-se na manhã de 2 de agosto de 216 a.C. O exército cartaginês se posicionou com o sol às suas costas, deixando para os romanos o problema de ter a luz solar atrapalhando a visão.
Enquanto as tropas marchavam para o combate corpo a corpo (a linha de frente romana ocupava mais de um quilômetro de comprimento), a poeira levantada tornou-se muito densa, o que mais uma vez atrapalhou os romanos, pois o vento levava o pó em sua direção.
Ambos os exércitos posicionaram, como de costume, a infantaria no centro e a cavalaria dividida nos flancos (direita e esquerda) da linha de frente. Rapidamente, a cavalaria cartaginesa próxima ao rio Ofanto derrotou a cavalaria romana, permitindo que tropas cartaginesas passassem a cercar os romanos. Ao mesmo tempo, a infantaria cartaginesa começou a recuar numa formação em "U", obrigando a infantaria romana a avançar.
Os romanos não se deram conta de que, aos poucos, os cartagineses estavam se fechando em torno deles e passaram a enfrentar os inimigos por todos os lados, sendo espremidos no centro do círculo formado por Aníbal. Dessa forma, a quantidade imensamente superior de soldados só atrapalhou os romanos, pois não tinham espaço para se movimentar.

Conseqüências da batalha
Políbio, historiador da Antiguidade, conta que 70 mil romanos morreram e 11 mil foram feitos prisioneiros nessa batalha que durou um dia. Cannae está entre as 50 batalhas mais sangrenta de toda a história (e eles nem conheciam a pólvora!).
Com essa vitória, Aníbal passou a controlar o sul da Itália. Siracusa, principal cidade da Sicília, se tornou aliada de Cartago. A Macedônia, que desde muito tempo via em Roma uma ameaça, se aliou aos cartagineses.
Ao mesmo tempo, em Roma, o desastre provocado pela derrota foi enorme: não existia nenhuma legião inteira que pudesse defender a cidade, pois um quinto dos homens em idade e condição de servir ao exército tinha morrido.
Nessa situação de grande vantagem, Maharbal, comandante da cavalaria númida que servia aos cartagineses, propôs a Aníbal o ataque a Roma, mas este recusou. Aníbal sabia que seus homens estavam cansados e que, para chegar a Roma, teriam que vencer uma série de cidades aliadas dos romanos. Maharbal teria dito a Aníbal: "Sabes como vencer, mas não sabes fazer uso de sua vitória".


2 – Apesar do seu brilhante movimento e, depois de derrotar os romanos nas grandes batalhas campais, porque Aníbal não chegou a capturar Roma?

Existem diversas opiniões entre os historiadores, que vão desde carências materiais de Aníbal em máquinas de combate a considerações políticas que defendem que a intenção de Aníbal não era tomar Roma, senão obrigá-la a render-se.
O fato é que, a falta de reforços e o cerco de Cartago pelas forças romanas sob o comando de Cipião, o Africano (235 a.C.-183 a.C.) obrigam Aníbal a voltar para defendê-la. Vencido, refugia-se na Ásia Menor, onde se envenena para não ser preso pelos romanos. A paz custa caro aos cartagineses: entregam a Espanha e sua esquadra naval, comprometendo-se ainda a pagar por 50 anos pesada indenização de guerra a Roma.

O Desenvolvimento da Língua Portuguesa


(Da Pré-história à Reforma Ortográfica).
A linguagem é uma das características mais interessantes do homem e essa necessidade se faz desde a pré-história, já que antes da linguagem oral e escrita, o homem se valia de símbolos pictórios (arte rupestre) e desde então já se percebe no homem a necessidade de uma comunicação a fim de exercer certa organização social।
Há indícios de que as primeiras articulações de sons (ruídos), convencionadas em códigos, aconteceram na Europa Oriental a 3000 (a.C) e, assim, o Indo-europeu evoluiu em diversas novas línguas e, entre eles, o Latim; Língua esta pertencente à família das línguas Indo-européias e faladas na cidade de Roma e na Província do Lácio, já que era uma língua pertencente ao grupo itálico também conhecido como latinos, fundadores da cidade de Roma.
Pôs-se, nos fins do século III a.C e através dos exércitos de Roma que chegaram à Península Ibérica, o processo de Romanização, onde os romanos impuseram sua cultura a diversos povos (inclusive Celtas e Iberos) constituindo uma nova organização à sua política, religião e principalmente sobre a sua Língua, enquanto isso, crescia no Império o Cristianismo e junto com ele o latim, que passou a ser a Língua oficial das regiões conquistadas embora já não fosse mais o mesmo Latim do inicio de Roma, agora divididos entre o Latim vulgar e o Latim clássico e se estendeu, no Século I a.C, por toda a parte Ocidental da Europa até Portugal dando origem às Línguas Latinas.
No século IV em meio à romanização e ao crescimento do Cristianismo no Império, onde a fé cristã se torna a religião oficial de Roma; vemos, do ponto de vista lingüístico, a igreja preservando o latim escrito em textos sagrados e também em rituais.
E embora já no século V a invasão germânica tivesse mantido, através dos bárbaros, a cultura e a língua do povo romanizado, pode-se notar, nesse período, a sua marca no latim deixada por esse povo principalmente em palavras ligadas à guerra ou a agricultura. É importante lembrar que, com o domínio dos bárbaros, as escolas romanas foram encerradas e o latim foi liberado para evoluir sozinho já que cada tribo germânica falava latim de maneira diferente, o que levou ao rompimento da uniformidade da península e consequentemente a formação de varias línguas diferentes.

No século VIII d.C. vieram os árabes, eles permaneceram na região por sete séculos, dominando vastas regiões, com exceção do norte, onde os cristãos refugiaram-se para organizar a resistência à invasão. Inúmeros vocábulos ligados ao comércio, à guerra, à administração, à vida quotidiana são de origens árabes. Em toda a Europa falava-se neste momento o Romanço, nome dado a um conjunto de dialetos que formam a fase transitória entre o Latim e suas atuais línguas neolatinas.
Existiram duas províncias diferenciadas no que seriam os territórios em que se formou a língua portuguesa: a antiga província romana da Lusitânia e a província da Galícia a norte.
Com a independência do condado, no século XII, D. Afonso Henriques passa a ser o primeiro rei de Portugal lutando por um lado contra Leão e Castela e por outro, contra os árabes; nesse período o dialeto falado na região do condado era o galego-português e à medida que aumentavam as suas fronteiras ao sul, o dialeto ia modificando ficando o galego como uma variante do Espanhol e o Português se desenvolvendo como a Língua da nova Nação.

Com as grandes navegações ocorridas a partir do século XV os domínios de Portugal trataram de levar a Língua Portuguesa às novas terras como América, África, Ásia, Oceania e Ilhas do Atlântico e embora tenha havido modificações do Português em contato com outras Línguas, surgindo novos dialetos, devemos atestar que não houve, como aconteceu com o Latim, a fragmentação da Língua o que posicionou o Português numa unidade sólida, falada não só em Portugal como em várias regiões acima citadas.Com o início efetivo da colonização portuguesa
Em 1532, a língua portuguesa começa a ser transportada para o Brasil. Aqui ela entra em relação, num novo espaço-tempo, com povos que falavam outras línguas, as línguas indígenas, e acaba por tornar-se, nessa nova geografia, a língua oficial e nacional do Brasil. Podemos estabelecer para esta história quatro períodos distintos, se consideramos como elemento definidor o modo de relação da língua portuguesa com as demais línguas praticadas no Brasil deste 1532.

O primeiro momento começa com o início da colonização e vai até a saída dos holandeses do Brasil, em 1654. Nesse período o português convive, no território que é hoje o Brasil, com as línguas indígenas, com as línguas gerais e com o holandês, esta última a língua de um país europeu e também colonizador. As línguas gerais eram línguas tupi faladas pela maioria da população. Eram as línguas do contato entre índios de diferentes tribos, entre índios e portugueses e seus descendentes, assim como entre portugueses e seus descendentes. A língua geral era assim uma língua franca. O português, como língua oficial do Estado português, era a língua empregada em documentos oficiais e praticada por aqueles que estavam ligados à administração da colônia.
O segundo período começa com a saída dos holandeses do Brasil e vai até a chegada da família real portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808. A saída dos holandeses muda o quadro de relações entre línguas no Brasil na medida em que o português não tem mais a concorrência de outra língua de Estado (o holandês). A relação passa a ser, fundamentalmente, entre o português, as línguas indígenas, especialmente as línguas gerais, e as línguas africanas dos escravos. Esse período caracteriza-se por ser aquele em que Portugal, dando andamento mais específico ao processo de colonização, toma também medidas diretas e indiretas que levam ao declínio das línguas gerais. A população do Brasil, que era predominantemente de índios, passa a receber um número crescente de portugueses assim como de negros que vinham para o Brasil como escravos.
Para se ter uma idéia, no século XVI foram trazidos para o Brasil 100 mil negros. Este número salta para 600 mil no século XVII e 1,3 milhão no século XVIII. O espaço de línguas do Brasil passa a incluir também a relação das línguas africanas dos escravos e o português. Com o maior número de portugueses cresce também o número de falantes específicos do português. E isto tem uma outra característica: os portugueses que vêm para o Brasil não vêm da mesma região de Portugal. Desse modo, passam a conviver no Brasil, num mesmo espaço e tempo, divisões do português que, em Portugal, conviviam como dialetos de regiões diferentes.
Nesse período, ainda, há dois fatos de extrema importância. O primeiro deles é a ação direta do império português que age para impedir o uso da língua geral nas escolas. Esta ação é uma atitude direta de política de línguas de Portugal para tornar o português a língua mais falada do Brasil. Uma dessas ações mais conhecidas é o estabelecimento do Diretório dos Índios (1757), por iniciativa do Marquês de Pombal, ministro de Dom José I, que proibia o uso da língua geral na colônia. Assim, os índios não poderiam mais usar nenhuma outra língua que não a portuguesa. Essa ação, junto com o aumento da população portuguesa no Brasil, terá um efeito específico que ajuda a levar ao declínio definitivo da língua geral no país (4).
O português que já era a língua oficial do Estado passa a ser a língua mais falada no Brasil.
O terceiro momento do português no Brasil começa com a vinda da família real em 1808, como conseqüência da guerra com a França, e termina com a independência. Poderíamos utilizar, como data final desse período, 1826, pois é nesse ano que se formula a questão da língua nacional do Brasil no parlamento brasileiro.
A vinda da família real terá dois efeitos importantes. O primeiro deles é um aumento, em curto espaço de tempo, da população portuguesa no Brasil. Chegaram ao Rio de Janeiro em torno de 15 mil portugueses. O segundo é a transformação do Rio de Janeiro em capital do Império que traz novos aspectos para as relações sociais em território brasileiro, e isto inclui também a questão da língua. Logo de início Dom João VI criou a imprensa no Brasil e fundou a Biblioteca Nacional, mudando o quadro da vida cultural brasileira, e dando à língua portuguesa aqui um instrumento direto de circulação, a imprensa. Esses fatos produzem certo efeito de unidade do português para o Brasil, enquanto língua do rei e da corte.
O quarto período começa em 1826. Nesse ano o deputado José Clemente propôs que os diplomas dos médicos no Brasil fossem redigidos em "linguagem brasileira". Em 1827 houve um grande número de discussões sobre o fato de que os professores deveriam ensinar a ler e a escrever utilizando a gramática da língua nacional. Ou seja, a questão da língua portuguesa no Brasil, que já era língua oficial do Estado, se põe agora como uma forma de transformá-la de língua do colonizador em língua da nação brasileira. Temos aí constituída a sobreposição da língua oficial e da língua nacional.
Essas questões tomam espaços importantes tanto na literatura quanto na constituição de um conhecimento brasileiro sobre o português no Brasil. É dessa época a literatura de José de Alencar, em debates importantes com escritores portugueses, que não aceitavam o modo como ele escrevia. É também dessa época o processo pelo qual os brasileiros tiveram legitimadas suas gramáticas para o ensino de português e seus dicionários. Dessa maneira cria-se historicamente no Brasil o sentido de apropriação do português enquanto uma língua que tem as marcas de sua relação com as condições brasileiras.
Pela história de suas relações com outro espaço de línguas, o português, ao funcionar em novas condições e nelas se relacionar com línguas indígenas, língua geral, línguas africanas, se modificou de modo específico e os gramáticos e lexicógrafos brasileiros do final do século XIX, junto com nossos escritores, trabalham o "sentimento" do português como língua nacional do Brasil.
Esse quarto período, no qual o português já se definira como língua oficial e nacional do Brasil, trará outra novidade, o início das relações entre o português e as línguas de imigrantes.
Começa em 1818/1820 o processo de imigração para o Brasil, com a vinda de alemães para Ilhéus (1818) e Nova Friburgo (1820). Esse processo de imigração terá um momento muito particular na passagem do século XIX para o XX (1880-1930). A partir desse momento entraram no Brasil, por exemplo, falantes de alemão, italiano, japonês, coreano, holandês, inglês. Deste modo o espaço de enunciação do Brasil passa a ter, em torno da língua oficial e nacional, duas relações significativamente distintas: de um lado as línguas indígenas (e num certo sentido as línguas africanas dos descendentes de escravos) e de outro as línguas de imigração. Com isso desenvolve-se um novo processo de incorporação na Língua Portuguesa falada e escrita no Brasil que se revela repleta de novas palavras.


Mudanças na Ortografia da Língua Portuguesa

A partir de Janeiro de 2009, Brasil, Portugal e os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tiveram a ortografia unificada. O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol.
A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Portanto, sua unificação facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros.
Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal esteja modificado enquanto no Brasil, a mudança foi bem menor: 0,45% das palavras tiveram a escrita alterada. Mas apesar das mudanças ortográficas, são conservadas as pronúncias típicas de cada país, ou seja, o que muda na ortografia realmente:
· As paroxítonas terminadas em “o” duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de “abençôo”, “enjôo” ou “vôo”, os brasileiros terão que escrever “abençoo”, “enjoo” e “voo”.
· Mudam-se as normas para o uso do hífen - Não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos “crer”, “dar”, “ler”, “ver” e seus decorrentes, ficando correta a grafia “creem”, “deem”, “leem” e “veem”.
· Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como “louvámos” em oposição a “louvamos” e “amámos” em oposição a “amamos”.
· O trema desaparece completamente. Estará correto escrever “linguiça”, “sequência”, “frequência” e “quinquênio” ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio.
· O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de “k”, “w” e “y”. O acento deixará de ser usado para diferenciar “pára” (verbo) de “para” (preposição).
· Haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos “ei” e “oi” de palavras paroxítonas, como “assembléia”, “idéia”, “heróica” e “jibóia”.onde o certo passou a ser assembleia, ideia, heroica e jiboia.
· Em Portugal, desaparecem da língua escrita o “c” e o “p” nas palavras onde ele não é pronunciado, como em “acção”, “acto”, “adopção” e “baptismo”. O certo agora é: ação, ato, adoção e batismo.
· Também em Portugal foi eliminado o “h” inicial de algumas palavras, como em “húmido”, que passa a ser grafado como no Brasil: “úmido”.
· Portugal mantém o acento agudo no e e no o tônicos que antecedem m ou n, enquanto o Brasil continua a usar circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno, bónus/bônus.

Com a unificação da ortografia, os brasileiros terão uma preocupação a menos. "Se você for à esquina agora e comprar um romance do José Saramago, você vai ver que ele está escrito na grafia lusitana. Nós, Brasileiros, aceitamos isso, no entanto, quando um brasileiro vai fazer pós-graduação em Portugal, ele tem que produzir a sua tese de acordo com a ortografia lusitana uma vez que os portugueses são inflexíveis".
Sobre as críticas de que o Acordo não unifica a língua portuguesa, pois existem palavras com significados diferentes nos países lusófonos -"putos" em Portugal, por exemplo, significa rapazes--, José Carlos de Azeredo, doutor em letras e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, afirma que isso não é argumento:
“O Acordo diz respeito à ortografia, não ao vocabulário de cada país; é impossível unificar o vocabulário, não dá para fazer isso nem dentro de um só país. A palavra "farol" no Rio de Janeiro, por exemplo, é usada apenas para designar o farol do carro. Já em outros Estados do mesmo país, tem outros sentidos", e acrescenta: "Teremos quatro anos para consolidar essa nova ortografia. Ninguém é obrigado a mudar a sua maneira de escrever, mas não adianta ser contra as mudanças, pois estamos sujeitos à lei". Afirma Azeredo.
Com isso, trazemos para o Brasil não só as tradições e expressões orais que vem desde a sua essência com os primeiros povos latinos, suevos e mouros, mas todo comportamento de um povo lusitano e isto inclui a Língua que herdamos ainda mais viva de Portugal enquanto vetor do patrimônio cultural imaterial.

Curiosidades
Cerca de 250 milhões de pessoas no mundo falam a Língua Portuguesa atualmente. No Brasil, estão 80% desses falantes.
O português é a língua oficial em: Portugal, Ilha da Madeira, Arquipélago dos Açores, Brasil, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
A Língua Portuguesa é a quinta língua mais falada do planeta e a terceira mais falada entre as línguas ocidentais, atrás do inglês e do castelhano.
Por toda a importância dada a Língua Portuguesa, seu ensino agora é obrigatório nos países que compõem o Mercosul.