sábado, 17 de abril de 2010

Colombo, nem santo e nem demônio.

(Um homem de seu tempo).

colombo1 A respeito do julgamento de Colombo, penso que se levarmos em consideração o fato da dominação da igreja na medievalidade e a tradição nela encontrada desde a cultura românica (isso significa que os princípios da Igreja já estavam fortemente arraigados nos homens medievais), é claro que Colombo, enquanto fiel, agiria com violência na tentativa de evangelizar os nativos americanos uma vez que a própria igreja abria brechas para essa prática; temos que pensar que Colombo era um homem profundamente crente da mesma forma que mais adiante o Inca submete uma civilização inteira a Cortês em consequência de suas crenças e mitos (e essa postura é indiscutível).
Ora, fôssemos qualquer um de nós índio americano pré-colombiano ou europeu católico medieval e compartilharíamos dos mesmos dogmas e atitudes indiscutivelmente. Isso nos leva a pensar que a crença transcende o “eu”, logo, se Colombo comete violências e destrói a cultura de uma civilização inteira amparado pelas leis e pela Igreja, eu pergunto, onde está o crime e o pecado? Não há crime e nem pecados nas atitudes de Colombo porque era assim que agiam e permitiam as tradições.
Portanto, creio que não deve haver julgamentos a respeito dos atos deste homem, devemos nos atentar à mentalidade da época e aos fatos apenas; finalizando, assim, o discurso afirmando que Colombo não foi santo e nem demônio, foi um homem de seu tempo e ponto final. Mais do que isso é querer julgar o comportamento e as mentalidades de um homem medieval a partir dos modernos conceitos morais (que sequer existia naquele período).
Se quisermos questionar e julgar devemos fazer; no entanto, com a Igreja, posto que esta sim se coloca na posição de cobiça tanto espiritual (busca por fiéis) quanto material (busca pelo poder) nesse tempo; ela é quem detinha o conhecimento e que defendia o que era arbitrariedade ou não (até porque todos sabemos que ela permitia a prática da violência na evangelização porque era conveniente a ela e à sustentação do seu poder), portanto, não devemos julgar aqui a crença do homem medieval (e de nenhum outro em qualquer período histórico), mas a instituição que propaga a fé e a forma como ela, conscientemente, a transmite. Pecado, crime e desrespeito cultural, se existe, é todo da Igreja Católica medieval e não dos seus fiéis; a ela devemos apontar pontos positivos e negativos e não a Colombo.
Clewerson William

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