sábado, 20 de março de 2010

O INÍCIO DA IDADE MODERNA

 

A CRISE DO FEUDALISMO.

Adriana3 Segundo Perry Anderson, a crise do feudalismo se dá na Baixa Idade Média  (séc. XIII) com o crescimento populacional e, segundo a sua análise, para aumentar a produção foi necessario ampliar a area de cultivo chegando a terras marginais (pouco produtivas) e por se tratar de um sistema econômico tradicional, não consegue fazer aumentar a produção de forma que atenda o numero populacional, em decorrência disso, a população começa a passar por um processo de fragilização do corpo onde começam a aparecer os primeiros casos de mortalidade alimentar, daí ocorre as epidemias como a peste negra (bulbônica) assomado à falta de saneamento, assim, começa a acontecer na europa fragilizada um sistema economico declinante e, consequentemente, o baixo índice de natalidade.

É tambem nesse período que ocorre a superexploração dos senhores feudais que começam a trocar seus tributos de espécies por dinheiro (início da monetarização) e isso gera revolta nos servos, como o caso das jacqueries na França, e onde o desrespeito, inclusive pelo símbolo religioso demonstra a crise do feudalismo dentro de um processo de desagregação dinamizando a economia.

Enfraquecidos e com medo de maiores revoltas, os senhores feudais se apoiam no rei ao mesmo tempo que os burgueses (comerciantes) tendo estes ultimos interesses de ampliar as sua rede comercial.

Aqui a Idade média vai perdendo a sua conotação corporativa organista; onde não há espaço para o homem e seus sonhos, onde não existe o indivídualismo; para dar lugar a uma mudança mental.

 

PROCESSO DE MUDANÇA.

535imag Essa mudança mental que transita da Idade Média para a Idade Moderna ocorre dentro das Universidades com o aparecimento de intelectuais nas cidades europeias como Londres, Paris e, principalmente, na Italia (Florença). A igreja se divide, onde o alto clero vê essas mudanças como ameaça enquanto alguns, frequentadores das universidades, passam a ter pensamentos humanistas.

Com o renascimento de novas ideias; o pensamento transcendental da Idade Média que parte da Igreja na qual a lei divina afeta todos os fenômenos naturais e até mesmo a política, onde o conhecer é uma busca revelada, onde nada se cria posto que  tudo é fundamentado no passado; na qual  Platão e Aristóteles é a base do conhecimento, a Idade Moderna inicia uma fase especulativa onde a burguesia ja não se encontra nos velhos livros passando a buscar a verdade das coisas, a razão e a transformação.

Dessa forma, o homem moderno é que classifica a Idade Média e o que caracteriza a modernidade é o fim da sociedade feudal e a chegada do capitalismo comercial que vai se concretizando e dando abertura para o capitalismo industrial.

 

A IDADE MODERNA

Há na modernidade mudanças políticas como a centralização do poder e a criação dos Estados-Nacionais onde o absolutismo toma forma fortalecendo o rei.

A ciência, os costumes e a cultura ja tão esquecidas na Idade Média, com o enfraquecimento da Igreja, começa a reaparecer em novos aspectos compostos pelo pensamento burguês como a reforma protestante, o renascimento artístico que correlaciona-se com a ciência e a arquitetura.

Há nesse periodo o renascimento de vários fatores inclusive da Inquisição, como resposta às reformas e à ciência.

Alguns cientistas começavam a ser perseguidos nesses meados do século XVI – XVII, ja que foi nesse período que se inicia a nova busca pelo corpo humano surgindo, à partir daí, os estudos de anatomia e chegando a ciência a influenciar, através de estudos, na arte fazendo surgir a noção de perspectiva (profundidade, espaço, volume), é aqui também que a arte perde a função exclusiva religiosa.

Assim renasce a ciência, se lançando por todos os lados e gerando várias vertentes como a física, a mecânica, a anatomia e a história que agora ja não presta mais conta à teologia passando a própria filosofia a tecer seu próprio caminho. A isso chamamos autonomia.

 

DA MENTALIDADE DO MERCADOR 

Miniatura%20medieval%20-%20mercador%20medieva Le Goff nos faz perceber a mentalidade dos mercadores nas cidades italianas do seculo XIV, que valorizava o cálculo, o racionalismo; uma mentalidade que, segundo Le Goff, efetua sérias críticas ao ócio numa mentalidade lucrativa e bem diferente dos senhores feudais. Com isso podemos perceber que, sob a ótica dos mercadores, só há transformações onde há valorização do indivídualismo, ou seja, liberdade para manter em sigilo os seus negócios dentro de um ambiente exclusivo e restrito, começando aí a ser criada a vida privada e denotando, a partir dessa mentalidade, mudança na arquitetura.

Com isso, surge através dos mercadores tambem a valorização dos bons costumes; chocando com a nobreza (bem vestida) que vê no burguês (de traje sóbrio) grosseria e limitações intelectuais.

 

Do teológico político à grande ruptura de Maquiavel.

O conceito teológico politico consistia em delegar poderes a seres escolhidos na terra, assim, não havia participação politica sendo a tradição responsavel pelas escolhas e, embora houvesse variantes nesse metodo, o mais adotado  é o de Santo Agostinho que defende a cópia hierarquica do céu na terra, deixando evidente a falta de escolhas prevalecendo a visão corporativa sendo as decisões tomadas de cima para baixo passando dessa forma, a existir no final da Idade Média a divinização dos reis no qual os seus discursos passavam a ter uma legitimação religiosa.

Nesse contexto de ascenção da burguesia foi necessário criar uma nova politica, agora ja não estabelecida por Deus, mas pelos homens (poder temporal) rebuscando na Grecia antiga os modelos politicos e fazendo-se criar nesse periodo a ciência política.

Coube a Maquiavel, atraves da obra chamada “O Príncipe” a trazer para a imanência a politica, buscandoa traves de estudo da história os verdadeiros fatos.

LÓGICA RACIONALISTA E LIBERALISMO

Em Descartes temos a demonstração matemática e atraves da lógica cartesiana  cria-se o racionalismo; e das teorias  onde a engenharia de Jhon Locke, que defende o estado de natureza livre e iguais dos homens contrastando com a idéia deThomas Hobbes, que legitima o poder do rei; o primeiro, dentro do pensamento burguês faz nascer o liberalismo.

As duas bases da ciência moderna.

A primeira base da ciência moderna é o cogito cartesiano que busca razão na Grecia (Platão) encontrando na matemática o mundo à partir do cálculo; a segunda base é o empirismo que baseado em Aristóteles defende que a linguagem da razão não é suficiente precisando tambem dos sentidos. Assim, Frances Bacon e Jhon Locke incentivam a observação e experimentação dando margem ao empirismo, mas é Kant que une essas duas ciências no final da Idade Moderna se livrando do pensamento medieval e defendendo o fato de que só se pode entender o que se processa no espaço e no tempo (fenômeno), estando os deuses fora do espaço e do tempo, logo, do entendimento humano. dividindo a teologia da filosofia. Dessa forma a história deixa de ser coisa dos deuses para ser coisa dos homens, portanto, podemos conhecê-la.

Assim acontece o pensamento moderno mas ainda permanece o absolutismo (o rei é a escolha de Deus)!

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