sábado, 3 de outubro de 2009






A Segunda Guerra Púnica.




A Segunda Guerra Púnica ocorreu entre 218 e 201 a.C., onde os cartagineses resolveram aumentar seus domínios na península Ibérica com a liderança de Amílcar Barca. Conquistaram a Espanha e habitaram nas minas de Sierra Morena, onde conseguiram recursos para ajustar as dívidas de guerra.
Romanos e cartagineses limitaram suas áreas em um tratado assinado em 226 a.C, onde estava situada a cidade de Sagunto, aliada de Roma. Com a morte de Asdrúbal, Aníbal tornou-se comandantes dos cartagineses na Espanha e em 219 a.C conquistou Sagunto. Os romanos fizeram questão da restituição da cidade e a libertação do comandante militar, mas Catargo preferiu combater.
Diante a superioridade dos romanos no mar, Aníbal que levou a guerra até Itália, guiou suas tropas por terra, através da Espanha e da Gália. Foi um percurso que levou seis meses para ser concluído, havia cinqüenta mil soldados, nove mil cavaleiros e 37 elefantes.
Aníbal chegou a Tessino em 218a.C. e derrotou Cornélio Cipião, no ano posterior, as tropas cartaginesas tiveram novamente uma vitória contra as forças lideradas pelo cônsul C. Flamingo que ficou sem 15.000 homens.
Quinto Fábio Máximo foi escolhido pelos romanos, para recrutar um novo exército e começou uma ágil guerra de desgaste contra as tropas de Catargo. Na batalha, de 216a.C, Roma teve a sua maior derrota da história e perdeu cinqüenta mil homens

1- A mais famosa batalha da segunda Guerra púnica foi a de Cannae (ou Cannas), em 216 a.C., que entrou para a história como a maior derrota romana. O general cartaginês Aníbal, vitorioso nessa batalha, é considerado por historiadores e militares como o "pai da estratégia". Por quê?

Depois das vitórias cartaginesas na Itália, Fábio Máximo, ditador romano, resolveu não enfrentar o exército de Aníbal, mas manter tropas em seu encalço, limitando seus movimentos. Tal estratégia (conhecida como Estratégia Fabiana), não agradou aos romanos e seus aliados, que queriam a expulsão dos cartagineses de seu território. Por esse motivo, o mandato de Fábio não foi renovado.
Caio Terêncio Varrão e Lúcio Emílio Paulo, eleitos cônsules, logo organizaram o maior exército que Roma tinha reunido até então: 8 legiões romanas (cada legião tinha em torno de 5 mil homens), mais a mesma quantidade de soldados aliados. A cavalaria tinha em torno de 6.500 homens, totalizando uma força de quase 87 mil soldados. Reunidos, esse exército partiu para enfrentar as tropas cartaginesas que se encontravam no sul da Itália, próximas à cidade de Cannae, na Apúlia.
O exército cartaginês contava com 46 mil homens a pé (infantaria) e 8 mil cavaleiros - e era composto por diversos povos: cartagineses, númidas, gauleses, hispânicos, celtas, entre outros, o que poderia causar problemas para a liderança de Aníbal. Mesmo assim, a genialidade de Aníbal superou todas as expectativas. Além disso, seus homens o admiravam, seus generais eram-lhe fiéis, e depois das muitas vitórias que já tinham obtido, o moral das tropas estava alto.


A estratégia de Aníbal

A batalha ocorreu às margens do rio Ofanto e iniciou-se na manhã de 2 de agosto de 216 a.C. O exército cartaginês se posicionou com o sol às suas costas, deixando para os romanos o problema de ter a luz solar atrapalhando a visão.
Enquanto as tropas marchavam para o combate corpo a corpo (a linha de frente romana ocupava mais de um quilômetro de comprimento), a poeira levantada tornou-se muito densa, o que mais uma vez atrapalhou os romanos, pois o vento levava o pó em sua direção.
Ambos os exércitos posicionaram, como de costume, a infantaria no centro e a cavalaria dividida nos flancos (direita e esquerda) da linha de frente. Rapidamente, a cavalaria cartaginesa próxima ao rio Ofanto derrotou a cavalaria romana, permitindo que tropas cartaginesas passassem a cercar os romanos. Ao mesmo tempo, a infantaria cartaginesa começou a recuar numa formação em "U", obrigando a infantaria romana a avançar.
Os romanos não se deram conta de que, aos poucos, os cartagineses estavam se fechando em torno deles e passaram a enfrentar os inimigos por todos os lados, sendo espremidos no centro do círculo formado por Aníbal. Dessa forma, a quantidade imensamente superior de soldados só atrapalhou os romanos, pois não tinham espaço para se movimentar.

Conseqüências da batalha
Políbio, historiador da Antiguidade, conta que 70 mil romanos morreram e 11 mil foram feitos prisioneiros nessa batalha que durou um dia. Cannae está entre as 50 batalhas mais sangrenta de toda a história (e eles nem conheciam a pólvora!).
Com essa vitória, Aníbal passou a controlar o sul da Itália. Siracusa, principal cidade da Sicília, se tornou aliada de Cartago. A Macedônia, que desde muito tempo via em Roma uma ameaça, se aliou aos cartagineses.
Ao mesmo tempo, em Roma, o desastre provocado pela derrota foi enorme: não existia nenhuma legião inteira que pudesse defender a cidade, pois um quinto dos homens em idade e condição de servir ao exército tinha morrido.
Nessa situação de grande vantagem, Maharbal, comandante da cavalaria númida que servia aos cartagineses, propôs a Aníbal o ataque a Roma, mas este recusou. Aníbal sabia que seus homens estavam cansados e que, para chegar a Roma, teriam que vencer uma série de cidades aliadas dos romanos. Maharbal teria dito a Aníbal: "Sabes como vencer, mas não sabes fazer uso de sua vitória".


2 – Apesar do seu brilhante movimento e, depois de derrotar os romanos nas grandes batalhas campais, porque Aníbal não chegou a capturar Roma?

Existem diversas opiniões entre os historiadores, que vão desde carências materiais de Aníbal em máquinas de combate a considerações políticas que defendem que a intenção de Aníbal não era tomar Roma, senão obrigá-la a render-se.
O fato é que, a falta de reforços e o cerco de Cartago pelas forças romanas sob o comando de Cipião, o Africano (235 a.C.-183 a.C.) obrigam Aníbal a voltar para defendê-la. Vencido, refugia-se na Ásia Menor, onde se envenena para não ser preso pelos romanos. A paz custa caro aos cartagineses: entregam a Espanha e sua esquadra naval, comprometendo-se ainda a pagar por 50 anos pesada indenização de guerra a Roma.

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